Auxiliar de enfermagem perde emprego após sofrer acidente dentro de ônibus no litoral de SP

Rejiane Rodrigues de Oliveira Silva, de 42 anos, bateu a cabeça e a coluna dentro do coletivo, a caminho da região central de Itanhaém (SP), e está lutando por tratamento médico. Auxiliar de enfermagem perdeu emprego após sofrer acidente dentro de ônibus em Itanhaém, SP Arquivo Pessoal Uma auxiliar de enfermagem de 42 anos perdeu um contrato de emprego após sofrer um acidente dentro de um ônibus municipal de Itanhaém, no litoral de São Paulo. Ao g1, Rejiane Rodrigues de Oliveira Silva contou, nesta quinta-feira (10), que o acidente ocorreu um dia após a notícia de que seria contratada para cuidar de gêmeos. Desde então, ela segue acamada e com dores, sem conseguir atendimento médico. "Foi um choque". Segundo Rejiane, o acidente, que ela descreve como "um filme de terror", aconteceu em 4 de janeiro deste ano, um dia após ela conseguir o emprego fixo. "Saindo para a pista, ele pegou a marginal, passou direto na lombada, e aí todo mundo caiu no ônibus. Como eu estava no último banco, bati a cabeça no teto, desci e bati a coluna. Aí, começou todo o desespero". Rejiane conta que foi a única passageira que teve ferimentos graves, ao ponto de ficar sangrando dentro do veículo. Além dela, uma moça também foi socorrida de ambulância com fratura interna. "Meu marido, que estava do meu lado, só caiu. Foi um choque muito forte". Ela foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), por volta das 13h, onde levou 17 pontos na cabeça e recebeu medicação para alívio da dor. "Me deixaram no corredor, para ficar com o meu marido. As horas foram passando, e quando foi 20h, o efeito do remédio passou, comecei a urrar de dor, e nada de me internarem". Vendo a piora da esposa, o marido de Rejiane foi até o médico, que disse que iria interná-la. Ele ainda recomendou que ela fizesse jejum durante 14 horas para a realização de uma tomografia, mas, no dia seguinte, foi surpreendida com a alta, e o exame não foi realizado. Sem conseguir sentar, ficar em pé e com muita dor, ela entrou em contato com a empresa Fênix, responsável pelo transporte municipal, e eles orientaram que ela entrasse em contato com um médico. "Achei uma clínica em Peruíbe, fiz a tomografia, e a dor só aumentando. A única posição que fico bem é deitada". Auxiliar de enfermagem de 42 anos sofre com dores frequentes após acidente dentro de ônibus em Itanhaém, SP Arquivo Pessoal Após a realização da tomografia, o médico recomendou que ela permanecesse em repouso por causa de uma lesão próxima à medula, que era para permanecer deitada, para não lesionar mais. "O médico falou que, se eu melhorasse, ia fazer fisioterapia, senão, seria cirurgia. E os remédios não estavam mais fazendo efeito", conta. Com muita dor, Rejiane recebeu apoio de amigos, que pagaram um médico em Mongaguá. O profissional solicitou que ela fizesse três ressonâncias, pois o caso é cirúrgico. O único apoio prestado pela empresa, até o momento, segundo a auxiliar de enfermagem, foi o valor de R$ 2,3 mil que ela utilizou para pagamento de consulta, medicação, tomografia e transporte para Peruíbe. "Entrei em contato com a empresa, mas eles não quiseram pagar mais", diz. "Depois que foi pedida a ressonância, eles não deram mais nada. A gente tinha contato com um gerente da empresa, [mas] quando eles viram que as coisas não estavam melhorando, fizeram uma oferta 'sacana' de R$ 7 mil, para não procurarmos mais eles", conta. Prejuízo No momento do acidente, Rejiane estava indo ao Centro da cidade para comprar alguns itens que usaria no trabalho, como camisetas e produtos de higiene, para deixar tudo pronto para quando os gêmeos nascessem e ela fosse chamada para iniciar. "Fizemos um contrato verbal, ele me contratou dia 3. No dia que soube da fratura, estava muito nervosa, ele me ligou e falou que os bebês estavam para nascer, e tive que contar o que aconteceu. Foi muito complicado para mim". Segundo ela, o ônibus estava lotado, inclusive com pessoas idosas, o que poderia ter gerado alguma consequência mais grave. "Graças a Deus, em nenhum dos idosos aconteceu nada, mas se levassem a pancada que levei, poderiam ir a óbito". Rejiane levou 17 pontos na cabeça, e sofre com as lesões causadas pelo acidente há 2 meses Arquivo Pessoal Para Rejiane, o descaso foi tanto que ela mesma precisou registrar um boletim de ocorrência após receber alta, pois a empresa não fez o registro. "Entrei lá andando, e eles têm que arcar com as consequências. Por que não tomaram uma atitude? A gente está entrando com processo para eles arcarem com esse gasto. Eu preciso de neurologista e ortopedista". A auxiliar de enfermagem enfatiza que, após o atendimento que teve, não procura mais as unidades de Saúde de Itanhaém, e está passando pelo Pronto-Socorro de Mongaguá. "Vem se agravando, estou perdendo a força na mão, a tontura é muito forte. Tenho que ficar com colete, no mínimo, 18 horas por dia, e tenho que ficar deitada. Estou começando a ficar assada, é uma situaç

Auxiliar de enfermagem perde emprego após sofrer acidente dentro de ônibus no litoral de SP

Rejiane Rodrigues de Oliveira Silva, de 42 anos, bateu a cabeça e a coluna dentro do coletivo, a caminho da região central de Itanhaém (SP), e está lutando por tratamento médico. Auxiliar de enfermagem perdeu emprego após sofrer acidente dentro de ônibus em Itanhaém, SP Arquivo Pessoal Uma auxiliar de enfermagem de 42 anos perdeu um contrato de emprego após sofrer um acidente dentro de um ônibus municipal de Itanhaém, no litoral de São Paulo. Ao g1, Rejiane Rodrigues de Oliveira Silva contou, nesta quinta-feira (10), que o acidente ocorreu um dia após a notícia de que seria contratada para cuidar de gêmeos. Desde então, ela segue acamada e com dores, sem conseguir atendimento médico. "Foi um choque". Segundo Rejiane, o acidente, que ela descreve como "um filme de terror", aconteceu em 4 de janeiro deste ano, um dia após ela conseguir o emprego fixo. "Saindo para a pista, ele pegou a marginal, passou direto na lombada, e aí todo mundo caiu no ônibus. Como eu estava no último banco, bati a cabeça no teto, desci e bati a coluna. Aí, começou todo o desespero". Rejiane conta que foi a única passageira que teve ferimentos graves, ao ponto de ficar sangrando dentro do veículo. Além dela, uma moça também foi socorrida de ambulância com fratura interna. "Meu marido, que estava do meu lado, só caiu. Foi um choque muito forte". Ela foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), por volta das 13h, onde levou 17 pontos na cabeça e recebeu medicação para alívio da dor. "Me deixaram no corredor, para ficar com o meu marido. As horas foram passando, e quando foi 20h, o efeito do remédio passou, comecei a urrar de dor, e nada de me internarem". Vendo a piora da esposa, o marido de Rejiane foi até o médico, que disse que iria interná-la. Ele ainda recomendou que ela fizesse jejum durante 14 horas para a realização de uma tomografia, mas, no dia seguinte, foi surpreendida com a alta, e o exame não foi realizado. Sem conseguir sentar, ficar em pé e com muita dor, ela entrou em contato com a empresa Fênix, responsável pelo transporte municipal, e eles orientaram que ela entrasse em contato com um médico. "Achei uma clínica em Peruíbe, fiz a tomografia, e a dor só aumentando. A única posição que fico bem é deitada". Auxiliar de enfermagem de 42 anos sofre com dores frequentes após acidente dentro de ônibus em Itanhaém, SP Arquivo Pessoal Após a realização da tomografia, o médico recomendou que ela permanecesse em repouso por causa de uma lesão próxima à medula, que era para permanecer deitada, para não lesionar mais. "O médico falou que, se eu melhorasse, ia fazer fisioterapia, senão, seria cirurgia. E os remédios não estavam mais fazendo efeito", conta. Com muita dor, Rejiane recebeu apoio de amigos, que pagaram um médico em Mongaguá. O profissional solicitou que ela fizesse três ressonâncias, pois o caso é cirúrgico. O único apoio prestado pela empresa, até o momento, segundo a auxiliar de enfermagem, foi o valor de R$ 2,3 mil que ela utilizou para pagamento de consulta, medicação, tomografia e transporte para Peruíbe. "Entrei em contato com a empresa, mas eles não quiseram pagar mais", diz. "Depois que foi pedida a ressonância, eles não deram mais nada. A gente tinha contato com um gerente da empresa, [mas] quando eles viram que as coisas não estavam melhorando, fizeram uma oferta 'sacana' de R$ 7 mil, para não procurarmos mais eles", conta. Prejuízo No momento do acidente, Rejiane estava indo ao Centro da cidade para comprar alguns itens que usaria no trabalho, como camisetas e produtos de higiene, para deixar tudo pronto para quando os gêmeos nascessem e ela fosse chamada para iniciar. "Fizemos um contrato verbal, ele me contratou dia 3. No dia que soube da fratura, estava muito nervosa, ele me ligou e falou que os bebês estavam para nascer, e tive que contar o que aconteceu. Foi muito complicado para mim". Segundo ela, o ônibus estava lotado, inclusive com pessoas idosas, o que poderia ter gerado alguma consequência mais grave. "Graças a Deus, em nenhum dos idosos aconteceu nada, mas se levassem a pancada que levei, poderiam ir a óbito". Rejiane levou 17 pontos na cabeça, e sofre com as lesões causadas pelo acidente há 2 meses Arquivo Pessoal Para Rejiane, o descaso foi tanto que ela mesma precisou registrar um boletim de ocorrência após receber alta, pois a empresa não fez o registro. "Entrei lá andando, e eles têm que arcar com as consequências. Por que não tomaram uma atitude? A gente está entrando com processo para eles arcarem com esse gasto. Eu preciso de neurologista e ortopedista". A auxiliar de enfermagem enfatiza que, após o atendimento que teve, não procura mais as unidades de Saúde de Itanhaém, e está passando pelo Pronto-Socorro de Mongaguá. "Vem se agravando, estou perdendo a força na mão, a tontura é muito forte. Tenho que ficar com colete, no mínimo, 18 horas por dia, e tenho que ficar deitada. Estou começando a ficar assada, é uma situação bem delicada. Sou uma mulher muito ativa, e para mim, ficar na cama está sendo muito difícil", lamenta. Posicionamento Em nota, a Secretaria de Saúde de Itanhaém afirmou que tem realizado os procedimentos necessários para o atendimento da paciente, e que, em decorrência da situação clínica, foi realizado contato com a Equipe Multidisciplinar de Atenção Domiciliar (Emad), serviço que acompanha pacientes em domicílio. Segundo a prefeitura, a paciente recebeu, na quarta-feira (9), uma assistente social do Emad, que conversou com a paciente, e foi agendada à próxima semana uma visita de toda a equipe, composta por médico, fisioterapeuta, nutricionista e enfermeiro, para que possa ser oferecido um maior suporte ao paciente. A administração disse, ainda, que realiza as tratativas para agendamento do exame com a devida urgência junto à rede do Sistema Único de Saúde (SUS) da região, e reiterou que o caso está sendo acompanhado com a devida atenção, inclusive com oferta de equipamentos hospitalares para uso da paciente. O g1 entrou em contato com a empresa Fênix, concessionária responsável pelo transporte municipal, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 nos últimos 7 dias