Designer sofre ataque homofóbico na saída de bar em SP, com ofensas, socos no rosto e mata-leão: 'tenho medo'

Roberto de Moura Neto, de 38 anos, foi agredido a caminho de casa, em SP. Ao g1, ele afirmou ter medo de sair de casa após as agressões. Roberto de Moura Neto, de 38 anos, foi vítima de um ataque homofóbico e xingado de ‘merda’ em São Paulo Arquivo pessoal Um designer gráfico, de 38 anos, afirmou ter sofrido um ataque homofóbico e levado socos, um mata-leão e além de ter sido chamado de 'merda' e 'viado'. Roberto de Moura Neto, conhecido como Betinho, é de Santos, no litoral de São Paulo, mas mudou para a capital a trabalho. E foi em São Paulo, a caminho de casa, que as agressões aconteceram. Segundo apurado pelo g1neste sábado (22), a Polícia Civil investiga o caso para localizar os agressores. “Começaram os ataques homofóbicos [as agressões] e depois me chamaram de coisas horríveis, mas ‘viado’, ‘merda’ e ‘escrotidão’ eram palavras de ordem. É preciso resistir. Essa é a palavra. É preciso denunciar para que crimes como esse não aconteçam mais”, desabafou. De acordo com a vítima, ela havia saído de um bar, localizado à Avenida São João, no bairro Santa Cecília, e estava caminhado em direção de casa, quando uma pessoa se aproximou e começou a puxar assunto. Na sequência, Betinho relatou ter levado um soco no rosto, ao mesmo tempo que outro homem o surpreendeu chegando pelas costas e aplicando um ‘mata-leão’. “Tentaram tirar meu tênis e minha roupa, mas eu resisti. Foi tudo muito rápido. Eles me chamavam de viado, de merda e falavam que gente como eu deveria morrer. Não sei se eram dois ou três [agressores]. Eu fiquei muito confuso. Ainda consegui tirar a minha chave de dentro da pochete, pois eles arrancaram a pochete e levaram a minha carteira e o meu telefone. Não sei por que pararam de me bater, mas pararam”, lembrou. Betinho declarou que antes das agressões, que aconteceram no último dia 15, ele foi ameaçado e xingado. Neste sábado (21), uma semana após o ocorrido, ele afirma estar melhor fisicamente, apesar das dores nos olhos e no ombro. “Eu tenho uma profunda tristeza, sinto uma fraqueza emocional e física, além de um desconforto. É como se tudo estivesse quebrado. Mesmo quebrado a gente tem que seguir, ir juntando os cacos. É terrível", explicou. "Tenho medo que aconteça de novo, e medo de sair de casa. Preciso me controlar para não pensar em ter ódio como eles [os agressores] têm. Tenho que focar no amor e na esperança, mas principalmente na rede de apoio que me cerca”, declarou. Outros ataques O designer gráfico acrescentou que esta não foi a primeira vez que ele foi vítima de homofobia. Segundo Betinho, em 2022 ele foi agredido verbalmente em um bar e, há quatro anos, ele teria sido espancado até desmaiar em uma avenida em São Paulo, além de afirmar ter sido asfixiado na avenida da praia em Santos. ”Contei tudo isso em um trabalho recente que fiz, chamado ‘Abismo - minha história de violência’. É um filme experimental que conto essas e outras violências que meu corpo LGBT sofreu”, finalizou. VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos

Designer sofre ataque homofóbico na saída de bar em SP, com ofensas, socos no rosto e mata-leão: 'tenho medo'

Roberto de Moura Neto, de 38 anos, foi agredido a caminho de casa, em SP. Ao g1, ele afirmou ter medo de sair de casa após as agressões. Roberto de Moura Neto, de 38 anos, foi vítima de um ataque homofóbico e xingado de ‘merda’ em São Paulo Arquivo pessoal Um designer gráfico, de 38 anos, afirmou ter sofrido um ataque homofóbico e levado socos, um mata-leão e além de ter sido chamado de 'merda' e 'viado'. Roberto de Moura Neto, conhecido como Betinho, é de Santos, no litoral de São Paulo, mas mudou para a capital a trabalho. E foi em São Paulo, a caminho de casa, que as agressões aconteceram. Segundo apurado pelo g1neste sábado (22), a Polícia Civil investiga o caso para localizar os agressores. “Começaram os ataques homofóbicos [as agressões] e depois me chamaram de coisas horríveis, mas ‘viado’, ‘merda’ e ‘escrotidão’ eram palavras de ordem. É preciso resistir. Essa é a palavra. É preciso denunciar para que crimes como esse não aconteçam mais”, desabafou. De acordo com a vítima, ela havia saído de um bar, localizado à Avenida São João, no bairro Santa Cecília, e estava caminhado em direção de casa, quando uma pessoa se aproximou e começou a puxar assunto. Na sequência, Betinho relatou ter levado um soco no rosto, ao mesmo tempo que outro homem o surpreendeu chegando pelas costas e aplicando um ‘mata-leão’. “Tentaram tirar meu tênis e minha roupa, mas eu resisti. Foi tudo muito rápido. Eles me chamavam de viado, de merda e falavam que gente como eu deveria morrer. Não sei se eram dois ou três [agressores]. Eu fiquei muito confuso. Ainda consegui tirar a minha chave de dentro da pochete, pois eles arrancaram a pochete e levaram a minha carteira e o meu telefone. Não sei por que pararam de me bater, mas pararam”, lembrou. Betinho declarou que antes das agressões, que aconteceram no último dia 15, ele foi ameaçado e xingado. Neste sábado (21), uma semana após o ocorrido, ele afirma estar melhor fisicamente, apesar das dores nos olhos e no ombro. “Eu tenho uma profunda tristeza, sinto uma fraqueza emocional e física, além de um desconforto. É como se tudo estivesse quebrado. Mesmo quebrado a gente tem que seguir, ir juntando os cacos. É terrível", explicou. "Tenho medo que aconteça de novo, e medo de sair de casa. Preciso me controlar para não pensar em ter ódio como eles [os agressores] têm. Tenho que focar no amor e na esperança, mas principalmente na rede de apoio que me cerca”, declarou. Outros ataques O designer gráfico acrescentou que esta não foi a primeira vez que ele foi vítima de homofobia. Segundo Betinho, em 2022 ele foi agredido verbalmente em um bar e, há quatro anos, ele teria sido espancado até desmaiar em uma avenida em São Paulo, além de afirmar ter sido asfixiado na avenida da praia em Santos. ”Contei tudo isso em um trabalho recente que fiz, chamado ‘Abismo - minha história de violência’. É um filme experimental que conto essas e outras violências que meu corpo LGBT sofreu”, finalizou. VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos