Os desafios do Ciesp Cubatão na agenda do desenvolvimento
Rafael Cervone*
Americo Ferreira Neto**
O Ciesp Cubatão, que inclui Bertioga e Guarujá, comemora 53 anos em 8 de fevereiro, contando com 38 empresas associadas, dos ramos siderúrgico, químico, petroquímico, fertilizantes, logístico e de serviços, que empregam cerca de 10 mil pessoas. A entidade, que sempre teve participação importante no desenvolvimento do parque fabril local, está empenhada no âmbito de um grande desafio para que o setor conquiste um novo salto de crescimento: a instalação de mais indústrias de transformação, numa expansão da cadeia produtiva. As novas empresas teriam significativas vantagens logísticas ao comprarem os bens de capital e os insumos historicamente produzidos na região.
Outras oportunidades de expansão referem-se aos prestadores de serviços e fornecedores comuns para a indústria, que poderiam manter suas atividades locais. O segmento ambiental também apresenta bom potencial quanto à atratividade para empresas provedoras de soluções para o gerenciamento e destinação dos resíduos sólidos e efluentes das fábricas. Sustentabilidade é um tema obrigatório. Devemos ter práticas de governança sempre alinhadas às comunidades dos municípios, promovendo o crescimento sustentável.
O Ciesp Cubatão trabalha no presente com olhar no futuro, respaldado por sua história de mais de meio século como representante da indústria. Frente a uma economia em ascensão, promove a sinergia das empresas, contribuindo para seu contínuo fomento, cujo impacto é importante para a economia local e a geração de empregos.
Além do apoio ao setor industrial, a entidade atua integrada ao poder público, sociedade e demais órgãos, visando ao crescimento e melhoria da qualidade da vida nos municípios. Em parceria na área da educação com o Sesi e o Senai, auxilia no desenvolvimento social, por meio do ensino regular e capacitação de jovens das comunidades para o mercado de trabalho, como foco nas vocações das empresas de Cubatão, Guarujá e Bertioga.
O Ciesp Cubatão tem participação importante na trajetória da região e do município, que começou a florescer quando os jesuítas, comerciantes, tropeiros e autoridades do Brasil Imperial faziam no local uma parada antes de subirem a Serra do Mar em lombo de burros e mulas. O crescimento da cidade resultou, em 1º de janeiro de 1949, em sua definitiva emancipação político-administrativa em relação a Santos. Com a Via Anchieta, o transporte rodoviário foi dinamizado entre São Paulo e a Baixada Santista, tornando Cubatão um grande centro de tráfego de veículos de passeio e de carga, fortalecendo ainda mais sua vocação como caminho do progresso e polo industrial relevante.
O Ciesp Cubatão é personagem marcante de toda essa história. Um exemplo foi seu apoio às indústrias no Programa de Recuperação Ambiental da Serra do Mar, que contou com investimento inicial de um bilhão de dólares, proporcionando o controle de todas as fontes de poluição primária. O projeto tornou o município reconhecido pela ONU, em 1992, como cidade-símbolo e referência em recuperação ecológica. Até hoje, foram destinados mais de três bilhões de dólares em gestão ambiental e medidas preventivas.
Outra iniciativa relevante do Ciesp Cubatão, junto com o poder público e sociedade civil, foi contribuir, em 2005, para a elaboração da Agenda 21 – A Cidade que queremos. Trata-se de planejamento estratégico com mais de 280 objetivos em prol do crescimento sustentável. A entidade demonstra, com sua atuação em favor da indústria, da economia e da agenda da descarbonização e luta contra as mudanças climáticas, a importância de nosso setor para o desenvolvimento da região, de São Paulo e do Brasil.
*Rafael Cervone é o presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
**Americo Ferreira Neto é o diretor-titular do Ciesp Cubatão.
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