Polícia prende homem que matou esposa e forjou o suicídio dela no litoral de SP

Caso ocorreu, em abril de 2022, no apartamento em que o casal morava, na Vila Mathias, em Santos. Camila Indame Ramos, de 39 anos, foi dada como morta por suicídio em abril do ano passado em Santos, SP Reprodução/Redes Sociais Um homem de 40 anos foi preso por matar a esposa por estrangulamento em Santos, no litoral de São Paulo. Meses após o crime, a Polícia Civil descobriu que o marido forjou o suicídio da mulher. O caso ocorreu em abril de 2022, no apartamento onde eles moravam, na Vila Mathias. A equipe policial comandada pelo delegado Marcelo Gonçalves encontrou e prendeu o suspeito nesta terça-feira (6). Segundo Gonçalves, o caso foi desvendado a partir das provas colhidas na cena do crime e mediante análise dos autos dos institutos de Criminalística (IC) e Médico Legal (IML). Ele afirmou ao g1 que o cenário do crime foi desconfigurado e montado para que parecesse que a mulher tivesse se matado. "O esposo dela alegava que teria encontrado a vítima com um pano e um laço na parte da nuca, de bruços e que ela teria se suicidado. O problema é que, com a vinda dos laudos, fica demonstrado que essa vítima sofreu várias lesões". Segundo o delegado, os laudos apontaram que as marcas no corpo da vítima foram feitas no dia 16 de abril, na data em que ela foi encontrada morta, além dos dias 15 e 6 do mesmo mês. Diante desse quadro, a Polícia Civil viu que a versão que o marido apresentava não encaixava. Além disso, o laudo do IML apontou que a vítima estava sob efeito de álcool e zolpidem [remédio que induz o sono]. "É uma substância que deixa a pessoa atordoada, inclusive, durante o interrogatório perguntei se ele presenciou a esposa sob o efeito. Ele falou que viu, que ela ficava 'grogue'. Eu perguntei como a pessoa consegue causar aquele tanto de lesão e ainda cometer o suicídio sem força. Ele não teve resposta", disse Gonçalves. Com a análise das provas, os policiais do 2° Distrito Policial de Santos concluíram que houve feminicídio e descartaram cientificamente a possibilidade de suicídio. "O pano possuía manchas de sangue. A vítima possuía um ferimento perfurante e foi notado nos laudos a presença de sangue na parede, que subentende-se que foi esguicho". Segundo o delegado, o perito que atendeu a ocorrência disse não ter encontrado nenhum objeto que fosse compatível com as lesões apresentadas pela vítima. "No nosso entendimento o pano não foi utilizado, foi usado outro instrumento para o estrangulamento". A delegada titular do 2° DP, Déborah Lázaro, enfatizou ao g1 que a investigação foi longa e trata-se de um caso diferenciado. "Precisou ser investigado com afinco. Preliminarmente, [foi tratado como] um suicídio e agora descobriu-se um feminicídio através de confronto de depoimentos, declarações, os próprios laudos foram analisados com mais rigor e descobriu-se discrepâncias, principalmente, nas lesões suportadas pela vítima". "[Ela] sofria de depressão e tomava medicamentos controlados. Falou-se também das quedas que ela sofria dentro de casa só que o inquérito policial teve um novo olhar, uma investigação mais apurada. [...] representamos pela prisão temporária [do marido] que foi cumprida", disse a delegada. Crime ocorreu em abril do ano passado no prédio onde o casal morava na Avenida Ana Costa, no bairro Vila Mathias, em Santos, SP Brenda Bento/g1 O crime Camila Indame Ramos, de 39 anos, foi dada como morta por suicídio na tarde de 16 de abril do ano passado. A morte foi constatada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que foi acionado ao apartamento onde ela morava com o marido, de 40, na Avenida Ana Costa, na Vila Mathias, em Santos. Segundo o boletim de ocorrência, registrado na época como morte suspeita, a vítima estava na sala do apartamento com um pano enrolado no pescoço. O marido informou à polícia que havia saído para trabalhar, passou a conversar com a esposa por aplicativo de mensagem, mas, em decorrência do trabalho, não conseguiu visualizar o celular e no término do expediente percebeu que a esposa não havia enviado mensagem. De acordo com ele, ao chegar em casa, deparou-se com o corpo da vítima caído de bruços sobre o chão com um pano enrolado no pescoço e, imediatamente, empreendeu esforços para retirar o pano e tentou realizar manobras cardíacas, que não tiveram sucesso. Ele informou na ocasião que a mulher apresentava um quadro depressivo e fazia uso do medicamento zolpidem. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 nos últimos 7 dias

Polícia prende homem que matou esposa e forjou o suicídio dela no litoral de SP

Caso ocorreu, em abril de 2022, no apartamento em que o casal morava, na Vila Mathias, em Santos. Camila Indame Ramos, de 39 anos, foi dada como morta por suicídio em abril do ano passado em Santos, SP Reprodução/Redes Sociais Um homem de 40 anos foi preso por matar a esposa por estrangulamento em Santos, no litoral de São Paulo. Meses após o crime, a Polícia Civil descobriu que o marido forjou o suicídio da mulher. O caso ocorreu em abril de 2022, no apartamento onde eles moravam, na Vila Mathias. A equipe policial comandada pelo delegado Marcelo Gonçalves encontrou e prendeu o suspeito nesta terça-feira (6). Segundo Gonçalves, o caso foi desvendado a partir das provas colhidas na cena do crime e mediante análise dos autos dos institutos de Criminalística (IC) e Médico Legal (IML). Ele afirmou ao g1 que o cenário do crime foi desconfigurado e montado para que parecesse que a mulher tivesse se matado. "O esposo dela alegava que teria encontrado a vítima com um pano e um laço na parte da nuca, de bruços e que ela teria se suicidado. O problema é que, com a vinda dos laudos, fica demonstrado que essa vítima sofreu várias lesões". Segundo o delegado, os laudos apontaram que as marcas no corpo da vítima foram feitas no dia 16 de abril, na data em que ela foi encontrada morta, além dos dias 15 e 6 do mesmo mês. Diante desse quadro, a Polícia Civil viu que a versão que o marido apresentava não encaixava. Além disso, o laudo do IML apontou que a vítima estava sob efeito de álcool e zolpidem [remédio que induz o sono]. "É uma substância que deixa a pessoa atordoada, inclusive, durante o interrogatório perguntei se ele presenciou a esposa sob o efeito. Ele falou que viu, que ela ficava 'grogue'. Eu perguntei como a pessoa consegue causar aquele tanto de lesão e ainda cometer o suicídio sem força. Ele não teve resposta", disse Gonçalves. Com a análise das provas, os policiais do 2° Distrito Policial de Santos concluíram que houve feminicídio e descartaram cientificamente a possibilidade de suicídio. "O pano possuía manchas de sangue. A vítima possuía um ferimento perfurante e foi notado nos laudos a presença de sangue na parede, que subentende-se que foi esguicho". Segundo o delegado, o perito que atendeu a ocorrência disse não ter encontrado nenhum objeto que fosse compatível com as lesões apresentadas pela vítima. "No nosso entendimento o pano não foi utilizado, foi usado outro instrumento para o estrangulamento". A delegada titular do 2° DP, Déborah Lázaro, enfatizou ao g1 que a investigação foi longa e trata-se de um caso diferenciado. "Precisou ser investigado com afinco. Preliminarmente, [foi tratado como] um suicídio e agora descobriu-se um feminicídio através de confronto de depoimentos, declarações, os próprios laudos foram analisados com mais rigor e descobriu-se discrepâncias, principalmente, nas lesões suportadas pela vítima". "[Ela] sofria de depressão e tomava medicamentos controlados. Falou-se também das quedas que ela sofria dentro de casa só que o inquérito policial teve um novo olhar, uma investigação mais apurada. [...] representamos pela prisão temporária [do marido] que foi cumprida", disse a delegada. Crime ocorreu em abril do ano passado no prédio onde o casal morava na Avenida Ana Costa, no bairro Vila Mathias, em Santos, SP Brenda Bento/g1 O crime Camila Indame Ramos, de 39 anos, foi dada como morta por suicídio na tarde de 16 de abril do ano passado. A morte foi constatada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que foi acionado ao apartamento onde ela morava com o marido, de 40, na Avenida Ana Costa, na Vila Mathias, em Santos. Segundo o boletim de ocorrência, registrado na época como morte suspeita, a vítima estava na sala do apartamento com um pano enrolado no pescoço. O marido informou à polícia que havia saído para trabalhar, passou a conversar com a esposa por aplicativo de mensagem, mas, em decorrência do trabalho, não conseguiu visualizar o celular e no término do expediente percebeu que a esposa não havia enviado mensagem. De acordo com ele, ao chegar em casa, deparou-se com o corpo da vítima caído de bruços sobre o chão com um pano enrolado no pescoço e, imediatamente, empreendeu esforços para retirar o pano e tentou realizar manobras cardíacas, que não tiveram sucesso. Ele informou na ocasião que a mulher apresentava um quadro depressivo e fazia uso do medicamento zolpidem. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 nos últimos 7 dias